sábado, 12 de junho de 2010

Simplesmente Amor

O amor está em todo lugar! A partir dessa premissa temos Simplesmente Amor, uma comédia romântica inglesa que entrelaça sete histórias: o menino órfão que se apaixona pela garota mais legal da escola que vai voltar aos EUA, o escritor depressivo que se envolve com a empregada portuguesa, a solteirona que vive para cuidar do irmão doente e tem vergonha de dizer a um colega de trabalho brasileiro que o ama desde o dia que ela começou a trabalhar na empresa, a mãe que descobre a traição do marido com sua secretária, o rapaz que gosta da mulher do melhor amigo, o roqueiro sessentão que descobre que o maior companheiro que teve em sua vida sempre foi seu empresário e o novo primeiro-ministro que no primeiro dia de governo se encanta pela nova funcionária. Além de outras relações de amor, não apenas entre casais, mas o amor como sentimento de maior grandez, o amor ao próximo!

"Pior que a agonia de estar apaixonado?", quando Sam diz essa frase ao seu padrasto Daniel, percebemos a inocência e pureza do coração juvenil e toda beleza e desafios do primeiro amor, ele precisa fazer de tudo para conquistá-la antes dela ir embora, nem que pra isso seja necessário aprender a tocar bateria e aparecer no show das escolas de fim de ano. A cena com Joanna cantando "All I want for christmas" e ele na bateria emociona e sensibiliza a cada olhar do garoto. Jamie e Aurélia rompem as barreiras da língua e tem um romance recheado de diálogos surreais, ele em inglês e ela em português lusitano, é impossível não rir com as situações caóticas que ambos passam, como os dois pulando no rio para salvar os papéis do livro que estava escrevendo e o vento levou.

Sarah é uma mulher indenpendente, mas que não consegue dizer "eu te amo" a seu colega de trabalho, Karl (Rodrigo Santoro, num nome nada brasileiro), além de viver sempre a postos para atender as ligações do irmão que tem problemas mentais e mora num casa de repouso. A cena da primeira transa frustrada pelos telefonemas é excelente, não tem como não broxar numa situação daquela! Emma Thompson e Alan Rickman fazem o casal das aparências, ela sempre envolvida com as questões domésticas e familiares (é irmã do viúvo Daniel e do primeiro-ministro), ela cura sua alma com as músicas de Joni Mitchell e se desespera ao descobrir que o marido a trai com a secretária nova e gostosa. O diálogo do casal ao final da peça na escola sobre amor e traição é incrivel, melancólico e mostra que o amor um dia pode acabar.

Quando vemos Mark filmando o casamento de Peter e Juliet realmente dá a impressão que ele gosta do amigo e que evita falar com a mulher por ciúmes. Porém quando somos surpreendidos com a filmagem e percebemos que essa atitude de repulsa é para afastar e enganar o que ele sente por ela é de partir o coração. Sim, apesar de comédia, o filme flerta com o drama dos amores não correspondidos. A cena dos cartazes na porta da casa ao som de um coro de natal é a maior demonstração de amor que um cara pode fazer, simples, objetivo e sublime! Billy Mack é um astro em decadência, que fala palavrões e não tem papas na língua, sempre viveu gastando muito, bêbado, drogado e rodeado de mulheres, mas nunca amou e assim, ao regravar uma canção famosa e encontrar o sucesso novamente, ele vê que apesar não casar, sempre teve uma companhia ao seu lado que lhe deu força nos piores momentos: o seu empresário.

Enfim, temos o novo primeiro-ministro (Hugh Grant, hilário e com o tradicional humor britânico afiado) que se apaixona por Natalie, sua secretária no governo. Ele tenta manter o controle até que o presidente dos EUA (um Billy Bob Thorton mais cara de pau e galinha impossível) dá em cima de Nat. Então temos o discurso governamental Inglaterra contra Estados Unidos mais inacreditável da história do cinema: "O país de Shakespeare, Churchill, os Beatles, Sean Connery, Harry Potter. Pé direito de David Beckham. E o esquerdo também". Os personagens secundários dão um show à parte. Afinal, quem imaginou começar o namoro nas gravações de um filme pornô? Ou embarcou para outro país só pra conseguir uma mulher e encontrar num bar quatro gatas fogosas loucas por um inglês?

Simplesmente Amor é um filme assim, onde o amor emana a cada fotograma, nas mais variadas situações, com crianças, jovens, adultos. Uma obra que faz rir, suspirar e fatalmente amar, é impossível não se identificar com pelo menos uma daquelas histórias. Há quem reclame por ser muitos personagens, não ser mais cômica: é uma comédia romântica inglesa, nada melhor que aproveitar toda essa dose de humor ácido. O amor é um sentimento universal e está dentro do coração de cada pessoa, basta deixarmos ele desabrochar. Hoje é dia dos namorados e nada melhor que externarmos o amor! O amor à pessoa que temos ao lado, aos pais, aos amigos. Não importa quem seja, simplesmente ame, pois não há nada mais gratificante e edificante que o amor. Não há vida, se não há amor!



2 comentários:

  1. Bom, ta ai mais um filme que ja vi, e sinseramente nem vi isso tudo! Pra mim é um filmezinho mei chatinhO! husahsauasuh

    Seu texto sobre o filme está otimo, mas mesmo assim continuo não gostando do filme. Enfim, parabens pelo texto e viva ao AMOR!! rsrs


    abraços!

    ResponderExcluir
  2. Toda exaltação ao amor, realizada durante essa semana culmina com mais esta excelente crônica acerca deste filme e do amor.

    Os movimentos dos diversos personagens e estórias acabam por se enveredar num só caminho: o verdadeiro amor.

    Sendo assim, a excelência da análise e os sentimentos presentes nesse magnífico texto, o consagra a mais uma excelente obra deste grande Escritor, o Fernando.

    Parabéns.

    ResponderExcluir