segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Corujas Guerreiras




A adaptação de A Lenda dos Guardiões para o cinema em forma de desenho, levava a crer que seria uma aventura infanto-juvenil sobre amizade, lealdade e a busca de um sonho com corujas. Entretanto, com Zack Snyder na direção temos na tela uma versão com penas de 300 (aquele filme violento do diretor com Gerald Butler e Rodrigo Santoro sobre gregos e persas), mas aqui além de um pouco de sangue vemos penas voando para todos os lados. E esse é o charme do filme. Suas lutas coreografadas em câmera lenta são belíssimas e ficam deslumbrantes no 3D, que é o ponto alto do filme. A fotografia varia de um pôr-do-sol em tons de rosa e caramelo até uma negra tempestade entrecortada por raios e gotas d'água que respigam sobre heróis e vilões.

A história é simples e clichê: Soren e uma jovem coruja que se deleita com a lenda do guardiões de Ga'Hoole, nobres corujas guerreiras que venceram uma hora de aves malignas no passado e hoje habitam a Grande Árvore numa ilha perdida no tempo. Soren e o irmão mais velho Kludd, que não é alheio às lendas, caem do ninho e como não sabem voar direito, viram alvo fácil para predadores até que são retirados da mata por corujas adultas. Mas, não são seus pais, são os Puros, uma raça que pretende dominar o mundo das corujas e derrotar os Guardiões. Os irmãos que são de uma origem mais nobre são indicados pela rainha Nyra para fazer parte do exército que estão formando, mas Soren se rebela e acaba mandado para as minas, onde as corujas mais fracas são hipnotizadas e trabalham retirando uma pedra azul dos restos de ratos. Soren tem ajuda e consegue fugir com outra corujinha. Enquanto, o irmão covarde Kludd entrega a própria irmã Eglatine para os Puros. Soren encontra amigos que ajudam a encontrar o caminho para a Grande Árvore e avisar os Guardiões do perigo iminente. A partir daí, mocinhos e bandidos se enfrentam, em sequências que lembram muito as lutas de 300, com direito a traições, brigas em família e um final feliz, apesar da carnificina.

Um filme visualmente belíssimo, com uma trilha sonora envolvente (a canção "To the Sky", do Owl City é uma balada divertida e que pode aparecer entre as indicadas ao Oscar) e um 3D muito bem realizado, que dá mais ação ao filme, que deveria ser somente uma história infantil. A direção de Snyder pode incomodar alguns e talvez não seja o mais indicado para uma animação, mas dentro do que ele se propôs e aproveitando a lenda coberta de mística e aventura, ele faz um verdadeiro filme de guerra entre corujas para agradar, principalmente, os adultos - visto que algumas crianças menores podem se assustar com tanta violência ou não, visto que os jogos de video game em sua maioria são todos violentos. Um bom filme, diversão ligeira e muito bonita.




terça-feira, 5 de outubro de 2010

Aulas de magia

Como dica de um amigo, que, também não havia visto o filme (né, Richar), com toda calma fui conferir O Aprendiz de Feiticeiro, nova obra que segue a fórmula do bruxo famoso que não tem noção do seu poder (Harry Potter???), ao mostrar um jovem comum que se descobre um importante feiticeiro, pivô nma guerra de poderes que pode definir a história da humanidade. As características semelhantes param por aí: nada de escola de magia e quadribol, acrescente uma dose de humor exagerado e sequências de ação como uma perseguição de carros dão à película uma cara de 007 fabulístico e musical.

Nicolas Cage, aquele cara gente boa com a carreira ladeira abaixo, faz um mago do bem, Balthazar Blake (com um cabelo horrível e sua imagem em um dos cartazes lembra mais o Johnny Depp em Piratas do Caribe), que por séculos estava à procura do primeiro merliano, um jovem descendente de Merlin que, segundo uma profecia, seria o único com poder suficiente para matar a malvada bruxa Morgana, aprisionada em um receptáculo mágico e, que se liberada, acabará com o mundo. O jovem Jay Baruchel faz Dave Stutler, o tal garoto da profecia, um nerd estudante de física, com problemas de sociabilidade e, claro, apaixonado por uma garota linda, loira e descolada desde a infância.

Um filme que mistura magia, física e música com cenas de ação divertidas, diálogos terríveis, atuações canhestras de Monica Bellucci (Veronica, o affair mágico de Cage) e Alfred Molina (Maxim Horvath, o mago poderoso que gostava de Veronica), o filme ainda assim diverte e em alguns momentos chega a empolgar e em outros dar vergonha. Nessa montanha-russa, com altos e baixos o filme chega ao final, com um saldo positivo, pois não é uma bomba total e Cage aqui, não faz tão feio quanto em outras "obras" que ele tem feito por aí e tem um pouco daquele carisma do velho astro que um dia ele foi. Sim, a tal sequência em homenagem ao clássico da Disney, Fantasia, é muito bonita (e molhada) e dá um upgrade no conceito do filme.