sábado, 27 de março de 2010

Dragões em 3D

A primeira veza gente não esquece. Devo ter dito isso no blog em outras oportunidades experimentais, como a sensação única de ver um filme pela primeira vez no IMAX 3D, em minha estreia em filme de terceira dimensão. Como Treinar o Seu Dragão, da DreamWorks, é a animação que marcou meu debut no 3D convencional e a experiência não foi a contento. Não digo que o filme é ruim, longe disso. Entretanto, a projeção do 3D comum que vi, não tem o mesmo impacto do IMAX, não é apenas pela parede ao fundo da tela que quebra a noção de profundidade, é também pela disposição das poltronas, tamanho dos óculos, qualidade do som. Talvez, o 3D do filme não seja dos melhores, porém algumas cenas são belíssimas.
Sobre o filme, a DreamWorks entrega uma animação esperta sobre a sociedade viking com alguns vizinhos problemáticos: dragões! Temos a velha fórmula de filho-do-chefe-que-só-faz-trapalhada é motivo de chacota do povo e desgosto do pai viúvo. Então, ele com sua maluquices e engenhocas, conta histórias que ninguém acredita, a partir daí guarda um segredo, se torna amigo do inimigo e começa a questionar as ideologias de sua nação. Ok, parece que já vimos isso, mas o filme traz um roteiro leve e divertido, com tiradas de humor, romance e aventura, belas seqüências de voos de dragões. Sem contar os jovens aspirantes a vikings que dão um show nas cenas de treinamento.
Soluço e Banguela formam uma dupla desajustada, buscando seu lugar no mundo ao viver sob as ordens de líderes totalitários. Soluço, o menino viking, filho do líder do clã, rompe com o pai Stoicko, por tem uma visão de mundo diferente, sonhos juvenis e a esperança de um futuro melhor: não ser um mero matador de dragões, mas a fama lhe atrai. É claro, que também há uma garota em sua vida, que não lhe dá muita confiança. Banguela é um dragão da espécie Fúria da Noite, nunca visto e muito temido, que está machucado. Da relação de ajuda e amizade entre os dois, cria-se um novo entendimento sobre a relação do homem e o meio onde vive. É uma crítica ao medo do desconhecido, que fez o homem dizimar várias espécies selvagens por medo de sua ferocidade. As cenas de diálogos entre Soluço e Stoicko é uma alusão às famílias reais e sua falta de comunicação, o que torna assimilável para pais e filhos. E com um desfecho um tanto incomum para um desenho infantil, levando à reflexão. Um belo trabalho que merece ser conferido em família.

terça-feira, 23 de março de 2010

Um livro fabulístico

No Oscar, entre os concorrentes a animação tivemos o longa Coraline e o Mundo Secreto, confesso que ainda não vi, mas o visual do filme impressiona pelas imagens divulgadas em fotos e trailers. Entretanto, minha viagem por esse mundo se deu de forma mais abstrata e onírica: pelo livro Coraline, de Neil Gaiman, no qual se baseia a película. Um livro infanto-juvenil, 155 páginas, ilustrações em preto-e-branco realizadas pelo desenhista Dave McKean, parceiro de Gaiman em outras obras.

Gaiman é conhecido por seu apuro narrativo em contos épicos de fantasia, onde ele esparrama pelo papel toda sua imaginação, criatividade e aptidão literária. Em Coraline não é diferente. A história de uma menina curiosa que se muda com os pais para um novo apartamento, num prédio habitados por figuras exóticas.
Como as senhoras Forcible e Spink, duas ex-atrizes de teatro que vivem rodeadas por cachorros e animadas pela nostalgia dos tempos de fama. Ou o Senhor Bobo, um velho estranho que se diz dono de uma banda de ratos. O prédio guarda segredos, como uma porta no apartamento de Coraline que dá para uma parede de tijolos, construída para separar do vizinho, pois antes era tudo um só.

Em certa altura, o conto de aventura torna-se um suspense com pitadas de fantasia e horror. Coraline abre novamente a porta e a parede de tijolos não está lá, no lugar tem um corredor longo e escuro que a menina decide investigar. Ao chegar no fim do túnel ela volta ao apartamento, entretanto não é a sua residência. É uma cópia feita por sua outra mãe e seu outro pai, que tinham botões no lugar dos olhos. Nesse novo mundo, Coraline era amada por sua outra mãe, que não queria perder a menina e gostaria de lhe costurar botões para os olhos também. Apesar da mordomia, a garota rejeita a proposta e volta para seu verdadeiro lar. Entretanto, algo está errado. Seus pais desepareceram e ela descobre que, a outra mãe raptou seus pais legítimos.

Coraline corajosa, volta ao mundo da outra mãe para encontrar seus pais e participa de um jogo sinistro, onde sua derrota lhe custaria a vida e a de sua família. Além de outras crianças que ela encontra perdidas nesse mundo estranho. Coraline luta contra o tempo e as más intenções da nefasta outra mãe para encontrar a alma das três crianças e de seus pais, para resgatá-los. Enfim, é um livro que usa da fantasia e do terror para falar de medo, superação, da relação pais e filhos e de como a infância deve ser vivida com imaginação e espaço para brincadeiras que interagem com o mundo ao redor das crianças, não apenas jogos eletrônicos e computadores. É um período de conhecimento da realidade, de exploração e experimentação da vida. E Coralina é uma heroína mirim que usa de sua coragem e curiosidade para vencer todos os obstáculos. Espero que o filme esteja à altura da viagem literária que Gaiman nos proporciona em suas páginas. Crianças, jovens e adultos podem se divertir com a bela história de Coraline, basta imaginar.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Nas Nuvens

Jason Reitman já havia chamado atenção em Hollywood com dois filmes distintos e independentes: Obrigado Por Fumar e Juno. Agora ele reúne o astro George Clooney e as ótimas atrizes Vera Farmiga e Anna Kendrick - trio indicado ao Oscar, ele a ator principal e elas na categoria de atriz coadjuvante, para contar uma história sobre um cara que trabalha demitindo as pessoas. O que poderia ser um chato filme de redenção sobre um homem e sua ideologia de trabalho abalada por mudanças na empresa e uma jovem sonhadora, torna-se numa pequena pérola recheada de comédia e romance, para culminar numa crítica à sociedade moderna, aos workaholics, aos relacionamentos e à instituição família. Isso é Amor Sem Escalas.
O pivô da história é o personagem de Clooney, Ryan, um cara viciado em voar a trabalho, tem desconforto no solo e aversão à casa e família. Amor? Apenas sexo, passageiro. Seu único objetivo: acumular 10 milhões de milhas aéreas. Quando a empresa resolve mudar os métodos de trabalho, ele se mantém fixo em sua postura e leva a personagem de Kendrick, uma jovem emotiva e viciada em tecnologia. Ambos embarcam numa viagem de descobertas sobre si próprios: ele que pode se apaixonar, e quem não se apaixonaria pela sedutora Alex, Farmiga numa atuação instigante; ela que ao conhecer o trabalho de demitir pessoas ao vivo, no meio de um turbilhão de reações, que eram apenas vistas no monitor do computador e em ensaios na empresa, após perder o namorado.
Misture a essa salada: as mais diversas reações dos demitidos, a relação de Clooney e Farmiga, as descobertas de Kendrick, as várias cenas de aeroportos, a família deslocada de Clooney e temos cenas que levam ao riso e outras tocantes. No ato final, Reitman dá uma errada na mão que quase compromete o resultado, mas se salva num desfecho inspirado e mostra que o filme não era apenas sobre viagens. Era uma crítica à solidão do mundo moderno e o que estamos fazendo com os sentimentos em todos os campos de nossa vida.

quinta-feira, 18 de março de 2010

4 anos depois

Vidas se criam, vivem e morrem em quatros. Esse é o período entre Copas do Mundo, Olimpíadas, Eleições e os anos bissextos. Entretanto, para jovens sonhadores é o tempo para graduação de alguns cursos. Estudar jornalismo era um sonho para uns, uma vocação para outros, uma obrigação de alguns e um passatempo de uma minoria. Adolescentes, jovens e adultos se encontrando diariamente numa profusão de idéias e ideais, que nem sempre combinavam e faíscas se transformavam em incêndios incontroláveis.

Nesse período, fiz grandes amizades e gostaria de destacar algumas, que talvez tenham sido excluídas da minha postagem sobre a formatura. Porque, infelizmente, algumas pessoas por um motivo ou outro não estavam lá, em nossa colação. Como aqueles que trocaram de curso, como o amigo boroguiano Kiko.
Há também aqueles que foram até o limiar da graduação e não entraram, ainda. A Regi que, além de nos aturarmos durante esses quatros anos, agora mais um: na pós! A Gisele, divertidíssima apesar de morrer de amores por duplas sertanejas e o Padre Fábio de Mello. Brunão e Pessin, dois malucos fugitivos do Cesumar. O Paulo Araújo, blogueiro remanscente da turma anterior.

Na faculdade também fazemos amigos fora da sala, em outras turmas e também entre os funcionários da instituição. Entre eles, a Edna do laboratório de fotografia e o Luiz do estúdio de rádio e televisão, sempre amigos e atenciosos, para ajudar nos trabalhos mais malucos. E na secretaria a Lina e a Val.
Daqueles que colaram grau, uma saudação especial para o Justini companheiro do Blog dos Fernandos  e ao Giuliano Biondi, um irmãozão que me ajudou muito nesse tempo.

Aos professores, todos aqueles que nos aguentaram durante a graduação, um sincero, muito obrigado! E novamente, aos jornalistas neo-graduados, parabéns por essa conquista!


PS: demorei para publicar, mas esse texto tava aqui, perambulambo pelos rascunhos desde o último sábado.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Agora, jornalistas!

Foram quatro anos! Uma sala de aula, trabalhos, provas e um pessoal que ia da amizade mais verdadeira ao ódio mais profundo. Como o tempo é curioso. Quando tínhamos que estudar parecia que ele voava que não ia nos deixar concluir aquela. Hoje, com tudo findado e diploma na mão, parece que foi tão passageiro, tão curto. Ah, e os professores, aqueles que nos faziam dormir de madrugada para terminar um texto e aguentar seu parlatório durante aulas que pareciam infindáveis. Mas, enfim, terminou!

Alguns alunos desistiram da caminhada no meio do caminho. Outros, infelizmente, foram vencidos no último obstáculo. Uns chegaram de sopetão, de turmas anteriores. Dissidentes vieram de outras instituições para aumentar a carga em cima de nossos queridos professores. Entretanto, para aqueles que concluíram todo esse percurso, parabenizá-los é o mínimo! Após tanto esforço, inspiração e transpiração, muita transpiração!

Nesta noite estrelada, que se deu nossa colação de grau, um nó na garganta e um frio na barriga foram constantes. A emoção de pisar naquele teatro como os donos da festa! A tristeza por ver aquela galera reunida pela última vez como alunos e amigos, de agora para frente, são colegas e rivais. Exagero? Talvez. Mas, por circunstâncias da vida, muitos ali não passaram de colegas de classe. Enquanto, outros serão eternos amigos, irmãos, companheiros. Aos olhares curiosos e ansiosos de nossos amigos e familiares na platéia, um a um fomos chamados para festejar nossas vitórias, que foram conquistadas dia a dia, desde que colocamos os pés pela primeira vez no território da Faculdade Maringá. De lá para cá foram brigas, festas, sorrisos, choros, união, Borogas!

Alguns professores que nos viram crescer como acadêmicos, não puderam estar presentes devido outros compromissos ou por desvios que o destino traz. Porém, aqueles que lá estavam, eram muito mais que docentes, eram "tios", irmãos. Os três homenageados representavam toda nossa alegria de ter maravilhosos profissionais supervisionando nossa caminhada e o coordenador do curso, um paizão que estava sempre de braços abertos para nos acolher. Ronaldo, Luzia, Valdete e Torquato, quatro mestres espetaculares! Além destes, Edson, Marcos e Bulla estavam no auditório. Todos suando dentro de suas becas, compartilhando do mesmo calor que nós, graduandos.

Ronaldo, o Nezo, ainda nos deixou uma lembrança, uma homenagem em palavras que tocaram cada um de maneira singular. Não apenas pela citação nominal de cada um, mas pelas gratas recordações que nos fez passar na cabeça, destes fabulosos quatro anos juntos. Tia Val, do alto de seus quase 2 metros de altura, era só festa e esbanjava sua habitual alegria com largos sorrisos. Torquato, o pai e carcereiro, que apesar da cara de ranzinza possui um coração de ouro. Luzia, a japonesa, a doutora, que foi minha orientadora. Nunca teve um orientando tão desleixado como eu e ainda assim continuava firme seu trabalho, assim como fizera durante os dois anos que lecionou para uma turma tão diversificada e que nunca tinha ouvido falar de Cicilia Peruzzo e Paulo Freire.

Ah, os jornalistas recém-graduados! A todos meus sinceros votos de congratulações! Alguns são realmente meus grandes amigos, uns posso até chamar de irmãos, pois assim os considero. Ana Paula, Andréia, Carlos Guilherme, Carlos Roberto, Carol, Dani, Érica, Fabiana, Fábio, Fernando Justini, Giuliano, Lucas, Maika, Mariana, Milton, Murilo, Natália, Pollyana, Rogério, Ronaldo, Rosangela, Sidnéia, Thábata e Valdir, parabéns e obrigado pela companhia durante todos esses anos!

terça-feira, 9 de março de 2010

Sobre o Oscar 2010

Na véspera do Dia da Mulher, Kathryn Bigelow se consagra ao se tornar a primeira mulher a levar o Oscar de direção e de quebra, arrebatou o prêmio de melhor filme para Guerra ao Terror e mais quatro prêmios. Enquanto, o ex-marido James Cameron assista seu bilionário Avatar levar apenas três prêmios técnicos. Vamos a um resumo da festa que movimentou o Teatro Kodak em Los Angeles na noite deste domingo (7):
Guerra ao Terror. Era o grande favorito, venceu em três categorias óbvias (filme, direção e montagem) e surpreendeu ao levar roteiro original, edição de som e mixagem de som, onde não era considerado o maior concorrente. O grande destaque foi a Bigelow, além de levar o prêmio de melhor diretora ela foi citada em todos os discursos de agradecimento entre os integrantes do filme que levaram estatuetas para casa. Seu trabalho foi merecidamente reconhecido.

Nem tudo é Azul. A torcida era grande, afinal, não é todo dia que um diretor reinventa a maneira de fazer cinema e quebra seu próprio e coloca um novo patamar histórico de bilheterias. Avatar tinha esses predicados para tentar dar a James Cameron mais um Oscar, entretanto, a Academia resolveu mostrar que filmes modestos podem ser poderosos. E assim, o filme que rendeu mais de US$ 2,5 bilhões, levou apenas três estatuetas, uma óbvia (efeitos visuais), duas não tão merecidas (direção de arte? fotografia?) e perdeu dois que eram quase barbadas (edição de som e mixagem de som).

O Lado Negro da Força. Eles são negros, não são esbeltos, trataram de temas polêmicos com extrema competência e faturaram dois Oscars. Mo'Nique era certa para levar o prêmio de atriz coadjuvante e seu discurso fenomenal serviu para dar uma alfinetada no presidente Barack Obama. Roteiro adaptado levou numa disputa acirrada. Outro ponto alto para eles foi na apresentação de Gabourey Sidibe concorrendo a atriz principal, feita por Oprah Winfrey num texto emocionante.
Academia Inglória. Há algum problema com o Quentin Tarantino, só isso para explicar sua derrota para roteiro original, o melhor do ano disparado. A derrocada para diretor era quase certa. E os louros vieram para aquele que roubou o filme para si, Chritoph Waltz, a personificação do cinismo alemão durante a Segunda Guerra na pele do coronel Hans Landa, um coadjuvante de luxo.

Coração Louco. O título do filme revela bem o personagem que levou Jeff Bridges a seu primeiro Oscar como melhor ator do ano. Após indicações frustradas, ele se encontra com a vitória assim como o cantor que dá a volta por cima em sua atuação fabulosa. E o filme levou também melhor canção.

Para o Alto e avante. A Pixar/Disney novamente premiada com um filme espetacular. Up - Altas Aventuras era o favorito para Animação, mas a vitória mais emocionante foi de Michael Giacchino com trilha sonora belíssima.

A melhor e pior. Sandra Bullock teve um fim de semana premiado. No sábado (6) foi receber seu Razzie ou "Framboesa de Ouro" como pior atriz do ano por Maluca Paixão, seu discurso foi mais engraçado e divertido que o filme inteiro. E um dia depois no Oscar, levou prêmio de melhor atriz por Um Sonho Possível, com um discurso emocionante e perfeito, mostrando sua boa forma no alto de seus 45 anos.

Los Hermanos de novo. O Brasil agora perde de 2 a 0 para a Argentina. Com grande surpresa O Segredo de Seus Olhos venceu o favorito A Fita Branca da Alemanha, que continua a sina da Maldição do Globo de Ouro.

Prêmios básicos. Star Trek levou maquiagem, um trabalho interessante para retratar a face de diversos povos interplanetários, Spock agradece. Como é de praxe, um filme vitoriano levou figurino, desta vez com A Jovem Rainha Vitória. A Cova sobre a morte de golfinhos no Japão confirmou o favoritismo e ganhou como melhor documentário em longa-metragem. Enquanto, Music by Prudence recebeu a estatueta de documentário em curta-metragem. Logorama é um curta-animado que tem vários ícones publicitários num filme de crítica ao consumismo - a favor e contra - e venceu também. E o melhor curta-metragem foi The New Tenants.

Em queda livre. Amor Sem Escalas foi a grande decepção da noite. O filme de Jason Reitman com George Clooney, Vera Farmiga e Anna Kendrick começou a temporada pré-Oscar como favorito a vários prêmios e, apesar das seis indicações.

Apostas. Sobre as apostas que fiz, esse ano meu desempenho foi bem melhor que no ano passado. Acertei 14 vencedores. De pouco em pouco, vou acertando mais. É assim que se consegue experiência e sorte!

Sobre a festa. A festa do Oscar ganhou muito em ritmo e timming com os apresentadores Alec Baldwin e Steve Martin, resultado: a melhor audiência do prêmio nos últimos cinco anos. As apresentações musicais para as trilhas foi um show à parte. Uma bela festa, que fez juz aos grandes filmes que nos encantaram no ano de 2009 e que venha o Oscar 2011!

sábado, 6 de março de 2010

Ballot do Oscar 2010

Como todo bom cinéfilo e jogador, apresento a vocês meu ballot para o Oscar 2010, aqueles filmes que por sua qualidade e favoritismo ou pura e simplesmente paixão pela obra, se tornaram para minha pessoa, os favoritos na premiação, mesmo que eu saiba de um jeito ou de outro que, em alguns casos, a vitória é quase impossível. Sem contar as categorias "obscuras", onde não temos muito acesso a seus concorrentes e torna o palpite mero "chutômetro".

Filme: Avatar
Animação: Up - Altas Aventuras
Filme Estrangeiro: A Fita Branca (Alemanha)
Diretor: Kathryn Bigelow - Guerra ao Terror
Roteiro Original: Bastardos Inglórios
Roteiro Adaptado: Amor Sem Escalas
Ator: Jeff Bridges - Coração Louco
Atriz: Sandra Bullock - The Blind Side
Ator Coadjuvante: Christoph Waltz - Bastardos Inglórios
Atriz Coadjuvante: Mo'Nique - Preciosa
Direção de Arte: O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus
Fotografia: Harry Potter e o Enigma do Príncipe
Figurino: The Young Victoria
Documentário: The Cove
Documentário (curta-metragem): Rabbit à la Berlin
Edição: Guerra ao Terror
Maquiagem: Star Trek
Trilha Sonora: Up - Altas Aventuras
Canção: The Weary Kind - Coração Louco
Animação (curta-metragem): Logorama
Curta-Metragem: Miracle Fish
Edição de Som: Avatar
Mixagem de Som: Avatar
Efeitos Visuais: Avatar

quinta-feira, 4 de março de 2010

Em Busca do Careca Dourado

Em 3 dias, o mundo conhecerá os vencedores de mais uma edição do Oscar, o prêmio mais importante do cinema. A surpresa de ter novamente dez indicados à categoria principal e um novo sistema de votação para definir o melhor filme de 2009, torna a disputa acirrada e totalmente imprevisível. Afinal, o que vai contar mais: o filme que recebeu mais prêmios e elogios da crítica ou aquele que foi mais aclamado? Até ano passado o eleitor da Academia votava naquele filme que considerava o melhor entre os cinco indicados. Para 2010, a inovação é que cada membro vai selecionar os filmes de acordo com preferência de 1 a 10, cada posição equivale a uma pontuação que no final, será somada e o filme que obtive maior nota será o grande vencedor.
Em algumas categorias, algumas vitórias são bem previsíveis, como: Avatar em Efeitos Visuais, Up - Altas Aventuras como melhor animação, Christoph Waltz para melhor ator coadjuvante por Bastardos Inglórios, Mo'Nique (Preciosa) na categoria de atriz coadjuvante. Em outras, reina a dúvida em disputas acirradas. Abaixo uma opinião sobre os dez candidatos a melhor filme:

Amor Sem Escalas: o drama sobre relacionamentos e trabalho do diretor Jason Reitman foi perdendo a força com derrotas em premiações importantes, mas o carisma do protagonista George Clooney e o talento das atrizes Anna Kendrick e Vera Farmiga podem garantir uma boa surpresa.

A Serious Man: os irmãos Coen venceram o Oscar há pouco tempo com o filme Onde os Fracos Não Tem Vez, esse fator complica a comédia de humor negro na candidatura deste ano.

Avatar: o filme de James Cameron vem forte para a disputa sendo a maior mundial bilheteria de todos os tempos com mais de 2,5 bilhões de dólares arrecadados e ainda contando. Já venceu o Globo de Ouro nas categorias melhor diretor e melhor filme drama. Tem a seu favor a questões inovação tecnológica e público. Além disso, é um filme de James Cameron.

Bastardos Inglórios: o drama violento sobre a Segunda Guerra produzido por Quentin Tarantino é considerado um dos melhores do diretor que virou cult com obras indepedentes e estilizadas. Venceu algumas premiações importantes e tem no carisma do diretor e do super elenco, encabeçado por Brad Pitt, seus pontos-chave, sem contar a ótima recepção do público - a maior bilheteria de um filme do diretor.

Distrito 9: um filme de ficção científica que destila sutilmente críticas sociais, sugestivamente ambientado na África do Sul. Tem como nome forte, o produtor Peter Jackson (da trilogia O Senhor dos Anéis). Uma das surpresas nas bilheterias de 2009 e uma chance da Academia derrubar seu "preconceito" com filmes fantásticos. O roteiro e a maquiagem dão um show à parte.

Educação: o filme inglês tem um bom roteiro e uma bela atuação de Carey Mulligan, entretanto, saiu enfraquecido com a derrota no Bafta, o "Oscar inglês", que poderia ter lhe angariados votos entre os europeus votantes na Academia americana.

Guerra ao Terror: o filme a ser batido. Assim como no ano passado, quando Quem quer ser um milionário? levou todos os prêmios possíveis, o filme da diretora Kathryn Bigelow vem arrebatando todos os louros possíveis e, chega a reta final do Oscar como o franco favorito. Será que Bigelow irá vencer o ex-marido, Cameron?

Preciosa: a história da menina de 16 anos, negra, obesa, semi-analfabeta e grávida do próprio que a violenta sexualmente é forte, chocante, com atuações sublimes e uma direção segura. Mas, não tem força suficiente para vencer o prêmio máximo do cinema.

The Blind Side: o drama esportivo tem dois pontos fortes a seu favor - um chamado Sandra Bullock, favorita a melhor atriz e, outro chamado bilheteria. O filme arrecadou quase 250 milhões de dólares somente nos EUA.

Up - Altas Aventuras: há muito tempo uma animação não estava entre os finalistas da categoria principal e a obra da Pixar é considerada uma das melhores da empresa, que se especializou em fazer filmes para a família, com excelentes histórias, visual deslumbrante e recordistas de bilheteria. Tudo isso e mais um pouco torna Up uma das possíveis "zebras" a pintar no Oscar.

No mais, resta torcer, aguardar os astros e estrelas passar pelo tapete vermelho e os vencedores subirem ao palco do Teatro Kodak na noite do domingo, dia 7, a partir das 23h. A Rede Globo mais uma vez transmite a cerimônia com cortes, por causa do Big Brother Brasil, infelizmente, começando a exibição a partir das 23h55.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Entre a Terra, o Céu e o Inferno

O filme Um Olhar do Paraíso é a nova adaptação literária que Peter Jackson trás às telas. O filme com elenco estelar: as oscarizadas Rachel Weisz e Susan Sarandon, os veteranos Mark Wahlberg e Stanley Tucci e a talentosa jovem Saoirse Ronan. A fábula sobre a vida, a morte e o pós-morte de uma garota de 14 anos, brutalmente assassinada pelo vizinho, antes de estrear era colocado com um forte candidato ao Oscar, após duras críticas e uma recepção fria do público, o filme acabou apenas com a indicação a Tucci, como ator coajuvante.
Os pontos altos do filme são a trilha sonora, a direção de arte e a fotografia, todos esplendorosos - destaque para a cena dos barcos quebrando na praia. As atuações de Ronan e Tucci estão num patamar acima das demais, com sobras. A inocência da adolescência que ela transmite por meio de falas poéticas e um olhar angelical. A brutalidade e astúcia de um psicopata por meio uma frieza infernal.
A direção de Peter Jackson é fragmentada, em altos e baixos de acordo com o ato da película. E está exatamente, no final, sua maior escorregada. Uma pressa para desconstruir o vilão e romantizar a heroína, nos entrega um desfecho capenga para Tucci e uma redenção água-com-açúcar para Ronan. Além de outros detalhes que ficaram perdidos entre roteiro e direção, como as personagens e, conseqüentemente, atuações de Weizs e Sarandon.
No balanço é uma obra que sim, tem o poder de emocionar, apesar dos clichês e falhas. Não atinge o status de obra-prima ao qual todos esperavam, mas é melhor do que as críticas maldosas estão falando. Vale conferir e tirar conclusões pessoais, pois o tema leva a sensações diversas, de acordo com a história de vida - e morte - de cada um.