sábado, 30 de julho de 2011

As Relíquias de Hogwarts


Era 2001, quando a Warner trouxe aos cinemas o primeiro capítulo de uma saga que prometia ser uma das mais rentáveis da história, o mundo se viu encantado pela história de um jovem bruxo que deveria enfrentar um grande vilão. O menino que sobreviveu, cresceu e agora acompanhamos o fim de sua jornada, no oitavo filme, dez anos após a estreia do primeiro e alguns bilhões de dólares nos cofres de Gringotes.

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2, fecha com dignidade a luta entre Potter e Voldemort para salvar o mundo bruxo e dos trouxas da ameaça do Lorde das Trevas. Se na Parte 1 sobrou desenvolvimento, solenidade e contemplação. A Parte 2 cai na ação e abre espaço para uma batalha entre Comensais da Morte, professores e alunos de Hogwarts em toda extensão da escola. O filme começa de onde o primeiro parou: Voldemort pegando a Varinha das Varinhas do túmulo de Dumbledore.

É um filme sobre amizade, fidelidade, companheirismo e devoção. Voldemort testa a lealdade dos Comensais da Morte para conseguir destruir todos aqueles que se colocarem em seu caminho. Harry retorna a Hogwarts para lutar ao lado daqueles que nunca deixaram de acreditar nele. E o primeiro confronto dele é com o diretor Severo Snape, aquele que matou Dumbledore.

Aliás, o filme é de Snape (Alan Rickman, soberbo!), que é atacado por Nagini, a cobra de Voldemort que precisa matá-lo para ter o poder sobre a Varinha das Varinhas. Quase morto, Harry tenta ajudá-lo, mas com lágrimas escorrendo pelo rosto, Snape apenas pede para que o jovem bruxo colete algumas gotas e as coloque na Penseira. Com isso temos a melhor cena do filme: o flashback da vida de Severo até o momento da morte de Dumbledore. E claro, a última frase em vida, direcionada ao menino Potter. Emocionante!

A professora Minerva McGonnagal (Maggie Smith, fantástica mesmo com pouco tempo na tela) passa a comandar a defesa de Hogwarts durante uma batalha contra Voldemort, Comensais da Morte e gigantes! Tudo é grandioso e bem realizado. Os efeitos estão com um acabamento sem igual na série. A fotografia novamente confere uma aura de tensão. E as atuações estão muito boas. O trio principal consegue um nível de interpretação que só havia visto em O Prisioneiro de Azkaban. E a cena dos três em Gringotes é divertida e emocionante.

Harry continua a caça às horcruxes ao lado de Ron e Hermione para destruir Voldemort. Mas, o fardo está pesando. A cena de Ron e Hermione na Câmara Secreta é uma das mais apaixonantes da saga. O filme evoca a maturidade que essas crianças atingiram após 7 anos em Hogwarts. E a cena de Harry na floresta com Voldemort e os Comensais demonstra toda determinação que alguém pode ter, não importa a idade que tenha, para fazer o que deve ser feito. E Neville, que sempre sofreu como o atrapalhado da turma, tem seu momento de triunfo na batalha.

As Relíquias da Morte - Parte 2 tem alterações em relação ao livro. Mas, algumas mortes de personagens que nos cativaram durante 10 anos estão lá, as lutas, as vitórias. E as lágrimas conseguem rolar na face dos fãs e não-fãs que se encantaram por esse final tão épico.


segunda-feira, 11 de julho de 2011

O Deus do Trovão

Uma peça do quebra-cabeça. Assim, que podemos encarar Thor, filme sobre o herói asgardiano. Mais um passo nos planos da Marvel de trazer às telas o projeto Vingadores. O diretor Kenneth Branagh tem em mãos uma boa história e um elenco talentoso aliados a um desenvolvimento automático e efeitos canastrões, que hora funcionam a contento e em outros beiram a vergonha alheia. Com a ação ocorrendo em três planetas diferentes, há momentos que as viagens se tornam enfadonhas.

Na Terra, os cientistas Jane Foster (Natalie Portman linda como sempre e bem à vontade no papel) e Erik Selvig estudam fenômenos estranhos que estão acontecendo na atmosfera. Até que encontram um cara perdido no deserto que parece ser de outro mundo e é: Thor (Chris Hemsworth se aproveitando mais dos músculos do que talento para atuação). O Deus do Trovão está desorientado e com a ajuda de Jane e seus amigos, tentam encontrar o martelo de Odin (Anthony Hopkins, ganhando uma grana extra), que está encravado numa rocha e os agentes da SHIELD estão tentando descobrir o que é e protegendo o local.

Em Asgard, Loki (Tom Hiddleston, muito à vontade) descobre um segredo de família, ele tenta destruir a terra do inimigo gelado Laufey, rei de Jotunheim e, ascender ao trono de Odin que está em "coma". Os amigos de Thor tentam resgatá-lo da Terra e usam o portal dos mundos para viajar ao nosso planeta. Mas, Loki manda um sentinela para impedi-los. Enquanto isso, a SHIELD rouba os dados de Jane sobre os fenômenos e Thor vira alvo de pesquisa científicas. Até que consegue ser salvo e volta a Asgard para acertar contas com o irmão.

Um filme movimentado, com pitadas de ação, comédia e romance com pano de fundo mitológico. A Marvel entrega mais uma peça para a saga dos Vingadores, por isso ao final da sessão (até mesmo após a cena pós-crédito que dá detalhes do filme com os heróis que estreia em 2012) temos a sensação de algo inacabado e feito às pressas, apresentando altos e baixos bem delineados. Pelo menos, entregou a mocinha mais bela e com melhor atuação até agora dos filmes que servem de alicerce para o filme do ano que vem: Natalie Portman deixa no chinelo Liv Tyler (O Incrível Hulk) e Gwyneth Paltrow (Homem de Ferro 1 e 2). Uma diversão mediana, que se não fosse pela expectativa de algo maior à frente, seria facilmente esquecido.