terça-feira, 8 de junho de 2010

A Fonte

Como contar uma história que atravessa mil anos, civilizações e batalhas diferentes, mas que convergem para uma única realidade: não há amor sem sacrifício! Simples. Pegue um diretor competente e ousado, Darren Aronofsky; um casal de protagonistas carismáticos, Hugh Jackman e Rachel Weisz; efeitos visuais de qualidade; trilha sonora avassaladora; cenários e figurinos primorosos; um roteiro complexo e bem estruturado, pronto! Temos um dos mais belos romances de todos os tempos - Fonte da Vida. A história conta a luta de Tomas para salvar a vida da amada Isabel em três períodos diferentes, os quais decorrem em um milênio.

No século XVI, Tomas é um conquistador europeu na América, que explora florestas tropicais e enfrenta civilizações nativas em busca da Árvore da Vida, que levaria à eternidade. No século XXI ele é um médico cientista que procura a cura do câncer que está fazendo Izzy definhar pouco a pouco. Em um futuro distante, ele é um astronauta do século XXVI que viaja pelo espaço e começa a entender os segredos da vida. As histórias se fundem e o vai-e-vem no tempo, pode causar certo desconforto no espectador. Porém, a atuação sublime de Rachel e forte de Hugh emocionam a cada cena e fazem deste um filme único e inesquecível. A passagem pela atualidade, com ela doente de câncer toma maior parte do filme e é o elo entre as épocas, e aí a dupla toma conta da tela e comovem com um amor imortal, que apesar das falhas, sempre está presente entre os dois.

Não é um filme fácil, sua duração reduzida talvez deixe algumas pontas soltas e algumas cenas podem incomodar o público mais desatento. Aronofsky é acostumado a fazer obras complexas e reflexivas demais, por isso não saem tão bem nas bilheterias, apesar de ser sempre aclamado pela crítica. Fonte da Vida segue o padrão, a cada segundo é como estar à frente de uma obra prima única e instântanea que nos foge dos olhos se piscarmos. Ao final, há um gostinho de quero mais e, ainda assim, é difícil não ter empatia por esse amor tão magnífico, que atravessa o tempo e caminha equilibrando-se na tênue linha que separa a vida e a morte.




2 comentários:

  1. Nossa, alguém já perguntou ao amor se ele já não esta cansado de ser retratado no cinema, de diversas maneiras e estilos diferentes?

    rsrsrsrsrs

    Eu sei que to viajando! Mas viajar faz parte!

    Ótimo texto. Não tive a oportunidade de ver esse filme ainda, mas seguirei suas criticas e verei.

    abraços

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  2. Seguindo a temática referente à semana do dia dos namorados, o amor desenvolve-se por extenso na crônica deste filme. Avançando até o futuro, retornando ao passado, vivendo os momentos presentes, têm-se que o amor ultrapassa fronteiras do tempo e do espaço, constituindo-se na verdadeira fonte da vida.

    Todas as sensações retratadas nesta análise fantástica do Grande Fernando nos conduzem à vontade infinita de assistir o filme e vivenciar todas essas emoções.

    Parabéns pelo texto e pela excelência na forma como conduz a narrativa para prender a atenção do leitor.

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