domingo, 12 de junho de 2011

Cidade Maravilhosa


O diretor brasileiro Carlos Saldanha já foi da pré-história (na série A Era do Gelo) ao futuro (no divertido Robôs), mas agora ele volta para a terra natal e faz uma homenagem à Cidade Maravilhosa em Rio. O filme em inglês tem no elenco principal os indicados ao Oscar, Anne Hathaway e Jesse Eisenberg, o oscarizado Jamie Foxx, o brasileiro Rodrigo Santoro e o cantor Will.I.Am, do grupo Black Eyed Pies. Com esse time de estrelas, ele conta a história de Blu, uma arara azul traficada da floresta da Tijuca para os EUA, onde acaba sendo criada por Linda, uma simpática adoradora de aves. No Brasil, o ornitólogo Tulio (Santoro nas versões em inglês e português) cuida de Jade, uma fêmea da espécie de Blu, da qual eles são os últimos representantes. Então, ele viaja aos EUA para fazer Linda trazer Blu ao Brasil para que ele e Jade possam perpetuar a espécie.


O filme abre com Blu ainda bebê, aprendendo a voar e é capturado por traficantes de animais selvagens. Nos EUA, ele cai do caminhão e é encontrado por uma garota, Linda, que cuida dele e crescem juntos como amigos verdadeiros. Mas, Blu não aprende a voar. Linda fica em dúvidas, mas aceita a proposta de Tulio e vai ao Brasil. Entretanto, o pássaro tem um problema: Jade é forte, inteligente, voa muito bem e não liga para o que os outros pensam. Ela quer voltar para a vida na floresta e tenta escapar a todo custo. No meio da madrugada, eles são sequestrados por traficantes de animais. Aí começa a aventura do casal de araras azuis pelo Rio de Janeiro. O grupo de traficantes tem uma cacatua Nigel, que aterroriza as pequenas aves, responsável pelo melhor momento musical do filme. Depois segue um jogo de gato e rato pelo Rio, mostrando as praias, o carnaval e o Maracanã. Tudo bem clichê. Enquanto, Blu e Jade vão se aventurando pelo Rio de Janeiro, andando de bonde, voando, fugindo e se apaixonando. Túlio e Linda enquanto procuram as ararinhas, também vão se conhecendo melhor e rola um clima, paralelamente aos azuizinhos.


Aliás, o que incomoda é parecer um filme feito por americano, não por um diretor brasileiro. As situações são surreais. Afinal, Brasil contra Argentina no Maracanã durante o carnaval? Entrar com uma kombi com uma galinha de papel no meio da Sapucaí durante um desfile? Encontrar fantasias perdidas na concentração do sambódromo? Macacos assaltantes? Ok, é uma animação, mas podia ser um pouco mais fiel. É um filme para estrangeiro ver com aquele pensamento de um Brasil com muita criminalidade e festa todo dia. Isso não detona todo o filme, mas as músicas com seus "láialáláialá" são irritantes. O filme diverte e é um excelente cartão-postal das belas paisagens cariocas, porém termina com a sensação que poderia ter sido bem melhor.