terça-feira, 1 de junho de 2010

Festival de Cinema [e micos] de Maringá

Confesso que apesar de gostar de cinema, estudar em Maringá e estar sempre lá, nunca fui a uma edição do Festival de Cinema de Maringá. Agora na sétima realização do evento, fui prestigiar uma palestra de jornalismo cultural e a divulgação dos premiados. Dentre os filmes da mostra, não tinha nenhum de grande apelo. Meu favorito, era O Contador de Histórias, de Luiz Villaça, o qual tinha visto ano passado num dos cinemas maringaenses e foi premiado apenas como melhor figurino.

Sobre a palestra, o motivo para ficar contente foi que ganhei meu segundo livro do jornalista Rogério Recco, Clareiras Flamejantes, sobre a história do Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica. O debate em si, achei superficial e as únicos pontos positivos da palestra em si, foram resumidos na matéria sobre a atividade no site do evento. No mais, foi uma sessão de rasgação de seda entre palestrantes e público, o qual não acrescentou em nada. Acho que minha frustração foi devido às minhas expectativas de falar sobre o mercado de jornalismo cultural, principalmente, voltado ao cinema. Afinal, na área de impresso - minha paixão - há um momento de dúvidas. A maior revista sobre o tema no país passa por um momento de crise, com trocas de editora, de chefia, atraso nas edições. Há o surgimento de duas novas revistas que tentam ganhar espaço e se manter na ativa. Apesar do crescimento de público nos cinemas, tanto para filmes nacionais, que melhoram de qualidade e quantidade, quanto para os estrangeiros, com destaque para os filmes na tecnologia 3D. O público consumidor de notícias sobre cinema ainda é pequeno e bastante exigente, os fóruns de discussão sobre as publicações em sites de relacionamento dão uma mostra disso.

Os outros palestrantes eram os jornalistas: assessor de comunicação da Viapar, Ericsson Rezende e, diretor de jornalismo da RIC/TV, Marcelo Bulgarelli. Penso eu que, para um evento que tenta se firmar regionalmente como um importante festival de cinema, que traz um panorama da produção cinematográfica nacional, os palestrantes deveriam ser alguém que trabalhe na área específica. Até porque, a editoria de cultura em Maringá e região não é das melhores. Enfim, conversando com alguns amigos, estudantes de jornalismo que estavam presentes, também as opiniões não foram as mais favoráveis. 

Então, veio o momento das perguntas. Os dois primeiros a pegarem no microfone eram jovens maringanses que se dispuseram a participar do I Festivalzinho Tudo Em Poucos Minutos. Eles demonstraram sua indignação, pois produziram seus filmes e não tiveram uma resposta satisfatória da organização sobre porque não foram exibidos. A resposta da moça também não foi grande coisa, visto que o organizador do evento, o cineasta Pery de Canti, não se encontrava no momento. Acho que, a organização deveria ter mais respeito com seu público. Liberar uma nota no site, sobre os motivos de não exibir, depois que o festival havia se encerrado não é uma prática muito agradável e correta. Outro problema do festival: datas e atualizações. Na home, ainda pode-se abrir o link para inscrever filmes ou para ver as palestras.

Por fim, a premiação! Esperava algo com mais glamour ou, no mínimo, ordem. Simplesmente, o pessoal se levantando, um cara com microfone tentando falar que antes, haveria a exibição de um curta e uma apresentação folclórica. Pelo visto, ninguém estava lá para receber seu troféu. E o ambiente também não era dos mais oportunos: no estacionamento da Universidade Estadual de Maringá, uma tenda de lona preta, com algumas lâmpadas, tudo muito sombrio e o chão de madeira coberto com um carpete escuro - recordei das barracas do Movimento Sem Terra que visitei certa vez para fazer um trabalho da faculdade. Com tantos teatos na cidade, poderiam ter conseguido um para a realização do evento, que seria mais agradável e aconchegante para o público, palestrantes e produtores que inscreveram seus filmes na mostra. É inegável, a importância de um festival deste porte para Maringá e região, porém, deveria ser tratado com mais carinho e tentar ganhar mais atenção da população.


Mais informações: http://www.festcinemaringa.com.br/



 


Um comentário:

  1. Oi..

    Bom, continuo aqui! - hushusauhsasahu
    Você postando, eu lendo e comentando!

    Interessante o texto, um descaso total com o festival e o público, deveria ser repensado para que nos próximos eventos não seja um fiaso como esse. Um local mais adequado para a realização do evento também seria de grande ajuda né.

    bom, é isso ai! Na espera de um novo post.


    Abraços!

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