sábado, 27 de março de 2010

Dragões em 3D

A primeira veza gente não esquece. Devo ter dito isso no blog em outras oportunidades experimentais, como a sensação única de ver um filme pela primeira vez no IMAX 3D, em minha estreia em filme de terceira dimensão. Como Treinar o Seu Dragão, da DreamWorks, é a animação que marcou meu debut no 3D convencional e a experiência não foi a contento. Não digo que o filme é ruim, longe disso. Entretanto, a projeção do 3D comum que vi, não tem o mesmo impacto do IMAX, não é apenas pela parede ao fundo da tela que quebra a noção de profundidade, é também pela disposição das poltronas, tamanho dos óculos, qualidade do som. Talvez, o 3D do filme não seja dos melhores, porém algumas cenas são belíssimas.
Sobre o filme, a DreamWorks entrega uma animação esperta sobre a sociedade viking com alguns vizinhos problemáticos: dragões! Temos a velha fórmula de filho-do-chefe-que-só-faz-trapalhada é motivo de chacota do povo e desgosto do pai viúvo. Então, ele com sua maluquices e engenhocas, conta histórias que ninguém acredita, a partir daí guarda um segredo, se torna amigo do inimigo e começa a questionar as ideologias de sua nação. Ok, parece que já vimos isso, mas o filme traz um roteiro leve e divertido, com tiradas de humor, romance e aventura, belas seqüências de voos de dragões. Sem contar os jovens aspirantes a vikings que dão um show nas cenas de treinamento.
Soluço e Banguela formam uma dupla desajustada, buscando seu lugar no mundo ao viver sob as ordens de líderes totalitários. Soluço, o menino viking, filho do líder do clã, rompe com o pai Stoicko, por tem uma visão de mundo diferente, sonhos juvenis e a esperança de um futuro melhor: não ser um mero matador de dragões, mas a fama lhe atrai. É claro, que também há uma garota em sua vida, que não lhe dá muita confiança. Banguela é um dragão da espécie Fúria da Noite, nunca visto e muito temido, que está machucado. Da relação de ajuda e amizade entre os dois, cria-se um novo entendimento sobre a relação do homem e o meio onde vive. É uma crítica ao medo do desconhecido, que fez o homem dizimar várias espécies selvagens por medo de sua ferocidade. As cenas de diálogos entre Soluço e Stoicko é uma alusão às famílias reais e sua falta de comunicação, o que torna assimilável para pais e filhos. E com um desfecho um tanto incomum para um desenho infantil, levando à reflexão. Um belo trabalho que merece ser conferido em família.

3 comentários:

  1. Mais uma análise perfeita e brilhante deste exímio jornalista e escritor que é o Fernando. Um texto direto, objetivo, bem escrito e com idéias concatenadas. Excelente!

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  2. Perfeito Fernando!

    Eu nunca vi um filme 3D!Que lástima!

    Tu escreve bem pakas omi, devia se aprofundar nisso! tu tem futuro! ja falei!

    tu eh foda!

    abraçosss!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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