segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Oscar 2011

Uma noite de gala, revivendo momentos marcantes da história. O Oscar 2011 estava com cara que ia se retratar de erros históricos e entrar com pé direito e de cabeça na nova década do século XXI. Entretanto, ao anunciar o melhor filme, Steven Spielberg lembrou grandes filmes vencedores e filmes ainda maiores que foram derrotados que, nesta noite vencedor e perdedores estariam bem acompanhados. Ao lembrar de um certo derrotado, já sentíamos que O Discurso do Rei seria o ganhador, pois A Rede Social que poderia tirar o prêmio, consagrou-se como o Cidadão Kane do nosso tempo.

A Disney fez a festa levando 4 prêmios, dois por Toy Story 3 - melhor animação e melhor canção com "We Belong Together" e, dois por Alice no País das Maravilhas - melhor figurino e melhor direção de arte. A Pixar mantém o reinado nos últimos 4 anos. Com A Origem levando 4 estatuetas (Efeitos Visuais, Fotografia, Mixagem de Som e Edição de Som), sendo o maior vencedor em quantidade da noite ao lado de O Discurso do Rei, outro filme da Warner manteve o tabu e saiu de mãos vazias: Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1, a saga bilionária do menino bruxo que concorria em Direção de Arte e Efeitos Visuais.

O Vencedor brigou e venceu nas categorias de ator e atriz coadjuvantes: Christian Bale e Melissa Leo, ela que recebeu a estatueta de Kirk Douglas, viu o prêmio ser incerto após problemas de autopromoção e campanha a favor da nova Hailee Steinfeld, de Bravura Indômita. Aliás, a refilmagem do western pelos irmãos Coen entrou na briga com 10 indicações e não levou nada, uma decepção, visto que merecia levar em Fotografia, que era simplesmente deslumbrante. E Cisne Negro viu sua bailarina Natalie Portman brilhar e emocionar o público com o Oscar de melhor atriz.

A Dinamarca levou melhor filme estrangeiro com o drama Em Um Mundo Melhor. Enquanto, o Brasil que era cenário do concorrente a documentário Lixo Extraordinário, viu o careca dourado para na mão de Trabalho Interno, sobre a crise econômica dos últimos anos. Entre os curtas-metragem os vencedores foram: o documentário Strangers No More, a animação The Lost Thing e o melhor curta-metragem God of Love. E o terrível filme O Lobisomem ganhou como melhor maquiagem, talvez a única coisa que realmente presta na película.

Os apresentadores Anne Hathaway e James Franco se esforçaram, ela se saiu bem melhor que o colega, que também estava indicado ao prêmio de melhor ator por 127 Horas. O palco com um cenário mais clean deixou a festa com mais interação entre cenário e atores. Os números musicais foram bonitos, apesar que no In Memorian poderiam ter colocado outra cantora no lugar de Celine Dion. Mas, foi uma festa democrática e rápida. Até Josh Brolin e Javier Bardem deram selinho no palco.

Na briga principal estavam A Rede Social e O Discurso do Rei. O filme sobre o rei inglês George VI abriu a festa perdendo prêmios, de 12 indicações levou apenas 4, mas quando levou o Oscar de melhor diretor para Tom Hooper, após ter ganho melhor roteiro original, colocava uma mão na categoria principal. E antes disso, garantiu o esperado melhor ator para Colin Firth. A história do Facebook levou um duro golpe com a derrota do diretor David Fincher, mas chegava confiante para o último envelope, afinal, já havia garantido melhor trilha sonora, roteiro adaptado e montagem, os dois últimos considerados importantes para levar ao filme do ano. Entretanto, quando Spielberg anunciou O Discurso do Rei melhor filme de 2010, percebemos que a Academia de Cinema dos Estados Unidos ainda é uma terra de velhotes, que não gostam de ousar e escolheram o politicamente e plasticamente correto filme de Hooper em detrimento ao ousado, criativo e genial A Rede Social, que nada mais é do que um reflexo da atualidade, dos relacionamentos humanos e do poder da internet.



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