segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Pós-Carnaval

Após mais de uma semana afastado, por motivos de força maior (leia-se "preguiça" e "ressaca de carnaval"), volto ao lar para falar de alguns filmes que vi no feriado.
Enfim, consegui ver O Lutador, sim, o filme de Darren Aronofsky com a melhor atuação masculina de 2008: Mickey Rourke. Apesar de algumas críticas, dizendo que ele estava interpretando a si próprio, eu creio que talvez esteja nesse ponto o grande fator para a visceral caracterização do personagem. Ele se despe de vergonhas e anseios próprios, para entregar um personagem forte, que mesmo em sua decadência, tenta manter seu estilo. Afinal, a vida dele é a luta livre e sem isso, ele não consegue sobreviver. Marisa Tomei é a mãe solteira, que apesar da idade considerada alta comparadas às outras meninas do lugar, trabalha como stripper e luta para dar uma vida digna ao filho e esconder seus sentimentos. As duas atuações foram merecidamente, indicadas ao Oscar em 2009, mas a derrota de Rourke foi um tanto injusta para esse cara, que assim como Randy "O Carneiro", seu personagem no filme, continua batalhando para voltar a brilhar e ele faz isso com maestria.
Para o Oscar 2010, o longa de ficção Star Trek, marca a volta da tripulação da USS Enterprise à cerimônia com quatro indicações: som, edição de som, efeitos visuais e maquiagem. Além disso, retomou a série aos cinemas em grande estilo e se transformou na maior bilheteria da franquia. O filme é divertido, nostálgico e com um bom ritmo. O elenco da versão jovem dos famosos viajantes espaciais dá conta do trabalho e seguram bem o filme. E a direção segura de J.J. Abrams dá um tom leve e emocionante para o filme, que apresenta cenários grandiosos e cenas de tirar o fôlego. Destaque para a participação de Leonard Nimoy, o Spock da série original.
O cinema sulamericano está em festa com as indicações peruana e argentina ao Oscar de filme estrangeiro desse ano. A produção do Peru, A Teta Assustada é um filme simples, sem grandes arroubos visuais, mas com uma história encantadora e emocionante, sobre uma jovem que tem a doença apelidada de "teta assustada", transmitida pelo leite materno de mulheres violentadas durante a guerra terrorista no país. Fausta, vivida por Magaly Solier, é uma jovem que beira à loucura devido o medo de andar sozinha pelas ruas, tal sensação é vista em suas expressões, principalmente, o olhar hipnotizado e amedrontado. Um filme pequeno, mas revelador da situação deste lugar, vizinho ao nosso Brasil.

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