sábado, 13 de fevereiro de 2010

Del Toro encarna lobo em remake da Universal

Há 11 anos quando a Universal resolveu “ressuscitar” seus monstros, nos entregou o bacana A Múmia e anos depois o famigerado Van Helsing. Agora, ela desperta em noite de lua cheia para dar vida a O Lobisomem. O diretor Joe Johnston é bastante conhecido por filmes de ação familiar como Jumanji. No elenco do remake do filme Anthony Hopkins, Hugo Weaving, Emily Blunt e Benicio Del Toro, uma escolha acertada visto a sua expressão forte e com traços lupinos.


O filme passou por problemas em sua produção, adiamentos e enfim, chegou aos cinemas. Surpreende pela beleza plástica: cenários que remontam à Inglaterra vitoriana, uma fotografia sombria dando ênfase na escuridão das trevas e do brilho da lua cheia. A história do homem que vira uma besta em noite de lua cheia por causa de uma maldição é o ponto de partida para muito sangue, corpos desmembrados e tripas sendo dilaceradas pela boca do monstro, elevando a classificação indicativa do filme para 18 anos. Um ponto positivo, afinal, se amenizassem tais cenas, o filme não teria o mesmo impacto.

A história se desenvolve criando um clima tenso que não cessa até culminar no ápice da caçada final e cenas de ação bem executadas. Os diálogos são afiados e aparecem recheados da acidez britânica, principalmente, pelo trio Del Toro, Hopkins e Weaving. Este último faz lembrar no seu desenvolvimento do inspetor Abberline, da Scotland Yard, uma mescla da austeridade do senhor élfico Elrond na trilogia do Anel com a insistência e sarcasmo do agente Smith em Matrix.

Del Toro como o atormentado ator Lawrence Talbot é um reflexo de seus personagens shakespearianos e fantasmas do passado, que teimam em invadir a sua mente. Enquanto, seu pai Sir John Talbot vivido por Hopkins é ambíguo e soturno, após as tragédias que lhe tiraram a mulher e o filho Bem. Além disso, o filme tem espaço para discutir sobre os “estrangeiros” ciganos, que representam uma ameaça à organização da sociedade inglesa. As explicações religiosas sobre a origem da besta como um produto do diabo. E o cientificismo que tenta explicar na psicologia, os traumas e ataques de fúria que se acometem sobre os “marcados” pela fera.

Enfim, o filme é um prato cheio de diversão e aventura, sem perder o ritmo. O Lobisomem guarda grandes surpresas e faz a Universal colocar novamente seus monstros sagrados nos trilhos, com uma produção de classe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário