terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Um Inferno de Filme

A volta de Sam Raimi ao gênero que fez sua carreira, não foi bem o que esperava. Apesar de alguns fãs xiitas que querem pôr Arrasta-me para o Inferno num pedestal, a obra não é digna de seu hype. O filme tem uma abertura fantástica, passando a falsa ilusão que estamos prestes a ver um dos filmes mais assustadores dos últimos tempos. A apresentação de Sra. Ganush (Lorna River, fenomenal) é muito boa, até o filme descambar para o trash. Ok, vão me questionar que Raimi quis homenagear filmes B, que ele em seu início fazia essa mistura e tal. Mas a quebra de ritmo por causa dessas inserções cômicas, destoam abruptamente do restante do filme.

Além disso, temos alguns problemas no elenco, como o apático Justin Long fazendo o par romântico da mocinha. E a própria Alison Lohman, que em alguns momentos mostra todo o potencial de sua canastrice. A história poderia ser melhor explorada no lado da família bizarra de Ganush, que é mostrada em apenas uma cena.

O momento de vergonha alheia total é naquela que poderia ser a cena de terror mais aterrorizante da década: [spoiler] durante a sessão de exorcismo, o bode simplesmente abre a boca e fala. Algo tão ruim quanto as piadas escatológicas da série Todo Mundo em Pânico.

O argumento do filme com certeza é um dos mais criativos a circular pelas telas atualmente, mais interessante que o sucesso Atividade Paranormal. Entretanto, se perde no meio dessa vontade incessante de homenagear o passado e acaba fazendo um filme com a cara de velho e ultrapassado. Ganush perde a chance de ser um marco do cinema de terror. Tecnicamente o filme é bem produzido, com uma bela fotografia e uma montagem que valoriza o clima de suspense, setores que são feitos porcamente em filmes trash.

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