quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Top 10 de 2011

2011 se passou e após algumas sessões de cinema, uns filmes em DVD e não ter visto algumas estreias do ano, tenho uma lista dos meus 10 filmes favoritos.

1- O Espião Que Sabia Demais: A Inteligência Britânica está no meio do embate entre Estados Unidos e União Soviética, são tempos da Guerra Fria e um agente duplo está infiltrado no topo do Circo inglês para repassar informações a Moscou. Gary Oldman é o espião britânico aposentado George Smiley que é chamado por Control (John Hurt, soberbo) para descobrir quem é o traidor. Um jogo de espiões, verdades, mentiras, pistas escondidas, assassinatos, romances e o clima de tensão aumentando entre os membros do Circo. Baseado na obra de John Le Carré e contando com astros como o oscarizado Colin Firth e Tom Hardy, é um dos melhores filmes de espionagem da história do cinema. Mas, quem comanda o show é Gary Oldman numa atuação fria, calculista e emocionante, que lhe garantiu passagem para indicação ao Oscar 2012.

2- A Árvore da Vida: Vida, morte, pais, filhos, eternidade. Terrence Malick vai do início do mundo aos dias atuais e o além, para contar uma saga de amor, devoção, medo e amadurecimento. A relação entre o Sr. e a Sra. O'Brien (Brad Pitt e Jessica Chastain, respectivamente) e seus filhos, principalmente, Jack (na fase adulta interpretado por Sean Penn), o filho mais velho que questiona as atitudes do pai autoritário. No futuro, vemos como as escolhas se refletem na vida das pessoas. E como o caminho da graça e da natureza influenciam a vida e a morte. Um filme de fotografia deslumbrante, com uma trilha cativante. A montagem não linear, os momentos de contemplação e devaneios tornam a experiência ainda mais sensorial e astral.

3- O Palhaço: Elenco de primeira, produção caprichada e uma história simples, assim é o melhor filme nacional de 2011. Assim, Selton Mello desponta como um diretor promissor e mostra porque é um dos melhores atores de sua geração. No interior de Minas Gerais, uma trupe de circo viaja, cidade a cidade, em busca do público. Diante das dificuldades, o jovem palhaço Pangaré (Selton) que assumiu o circo no lugar do  pai palhaço Puro Sangue (Paulo José numa atuação magistral) começa a questionar sobre a vida na estrada sob a lona que cobre o picadeiro. Um drama realista com pinceladas de comédia, equilibrado na medida certa para emocionar.

4- A Pele Que Habito: Pedro Almodóvar conta um drama do médico cirurgião plástico Robert Ledgard (Antonio Banderas oscilando entre o bem e o mal com personalidade) assombrado pela morte da esposa, que se matou após sofrer um acidente e ter o corpo queimado e deformado e, da filha tinha problemas de convívio social depois de ser estuprada por um rapaz numa festa. Então, ele se enclausura na casa que servia de clinica para cuidar de Vera (Elena Anaya, belíssima), uma jovem com um sério problema de sensibilidade da pele. Com a temática médica, envolvendo a ética nos experimentos de novos tratamentos e a sexualidade tratada de forma mais implícita que em outros filmes do diretor, Almodóvar entrega uma obra intrigante e perturbadora. As reviravoltas e o clima de tensão crescente deixam o filme ainda mais interessante.

5- Planeta dos Macacos - A Origem: O reboot do clássico de 1968, serve para elucidar uma questão importante na série: como os macacos dominaram o mundo? A resposta veio num espetáculo de efeitos especiais, principalmente, dos macacos digitais baseados na captura de movimento e num roteiro inteligente e atual, ao questionar o experimento de novos medicamentos em animais. Will Rodman (James Franco servindo de escada para os macacos) trabalha numa nova droga para a cura do Alzheimer, doença que acomete seu pai, porém o projeto é cancelado. Um bebê macaco sobrevive e Will resolve cuidar dele e o leva para casa. Ceasar (Andy Serkis mostrando porque é o melhor ator digital da história) cresce e atinge uma maturidade intelectual anormal para espécie e após problemas com a vizinhança é levado para um criadouro de símios. Ceasar percebe como eles podem ser melhores que os humanos que os criam como animais selvagens e irracionais, e conta com a ajuda da droga que lhe fez evoluir. A partir daí temos a origem da revolução dos macacos liderados por Ceasar, que culmina com uma batalha épica na ponte Golden Gate, em São Francisco.

6- As Aventuras de Tintim - O Segredo do Licorne: Sob a batuta de Steven Spielberg e produção de Peter Jackson, as aventuras do jovem jornalista belga Tintim (Jamie Bell) e seu cachorro Milu baseado nas histórias em quadrinhos de Hergé, ganhou vida em animação realizada com captura de movimentos. Tintim compra uma réplica do navio Licorne que esconde um segredo secular e um mapa para um tesouro perdido. Com a ajuda do capitão Haddock (Andy Serkis, ele outra vez), herdeiro do segredo do tesouro, eles atravessam o mundo, enfrentam perigos e o vilão Rackham (Daniel Craig, o 007). Como obra cinematográfica é um deslumbre para os olhos, com sequências de uma beleza sem igual e entretenimento de primeira, mas parece faltar um pouco da aura mágica das HQs na qual tem origem, que é melhor representada nos excepcionais créditos iniciais.

7- Contágio: Um vírus ganha escala mundial ao se espalhar rapidamente, sem nenhuma previsão de controle ou cura. Steven Soderbergh conta com crueza e detalhismo como o contágio de um vírus pode mudar a vida das pessoas e deixar a humanidade em pânico generalizado. Além de explicitar como os órgãos sanitários e de saúde agem sob pressão, com uma nova ameaça tão mortal e devastadora, a fim de encontrar a cura e acalmar a população de todo planeta. No elenco estelar Kate Winslet, Matt Damon, Gwyneth Paltrow, Laurence Fishburne, Jude Law e Marion Cotillard. Com uma direção arrojada, um roteiro seguro e uma trilha sonora hipnotizante, o filme segura o espectador na poltrona do início ao fim com um certo pavor, principalmente, ao relembrar as paranoias de epidemias como as gripes aviária e suína.

8- Rango: Gore Verbinski ficou famoso ao dirigir a louca trilogia Piratas do Caribe, mas é aqui em Rango, que ele mostra competência, maturidade e dá a Johnny Depp seu melhor papel desde o capitão Jack Sparrow, no primeiro filme dos piratas da Disney. Rango é um camaleão de estimação que após um acidente se perde no meio do deserto de Mojave e vai parar na cidade de Poeira, onde a falta d'água deixa a população em polvorosa na busca por um herói que traga água e acabe com os bandidos que assolam o lugar. Uma animação com tom de faroeste que diverte pirralhos e adultos e esbanja personalidade e criatividade, envolto numa camada de psicodelismo e delírios ao som de mariachis.

9- Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2: Tudo termina aqui. A saga do menino bruxo que há 10 anos vinha arrastando multidões aos cinemas teve um fim digno e bem realizado. Após a primeira parte do capítulo final ter sido repleta de momentos de contemplação e mostrou a dor dos personagens diante de dias tão sombrios, aqui os bruxos caem na ação e a guerra entre o bem e o mal é pra valer. Porém, é no último diálogo entre Harry (Daniel Radcliffe, menos canastrão) e Snape (Alan Rickman, perfeito) que temos a melhor cena do filme e encontramos as respostas para a salvação do mundo e a ruína de Voldemort. Efeitos especiais honestos, cenários grandiosos, fotografia exuberante e uma trilha mais sombria dão os toques finais para um dos melhores blockbusters de 2011, que se tornou a terceira maior bilheteria mundial da história.

10- Os Muppets: Eles estão de volta! Os bonecos que animaram gerações voltam fazendo piada de si próprios ao contar a história dos irmãos Gary (Jason Segel, fã e produtor) e Walter (um muppet que é fã dos muppets) que descobrem um plano do malvado Tex Richman (Chris Cooper, hilário) em destruir o teatro dos Muppets e abrir um poço de petróleo. Os irmãos vão atrás dos Muppets que estão espalhados pelo mundo para arrecadar 10 milhões de dólares para reaverem o local, enquanto Gary enfrenta problemas no romance com Mary (Amy Adams, encantadora). Eles resolvem fazer um "teleton" dos Muppets com Kermit, Pig e a turma toda, porém nenhuma emissora quer transmitir porque eles estão esquecidos pelo público e as crianças de hoje não sabem quem eles são. Com musicais relembrando os números de décadas atrás, com alegria e uma doce inocência, o filme é uma ode ao passado, quando programas infantis não precisavam apelar para violência, sensualidade ou efeitos tecnológicos. Além de contar com inúmeras e surpreendentes participações especiais.



Um comentário:

  1. Legal... boa seleção. Agora... eu não assisti Contágio, mas parece, que de alguma forma, não deixa de ser inevitavelmente relacionado à Planeta dos Macacos - A Origem, já que esse termina com a informação da disseminação do vírus.

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