sábado, 17 de julho de 2010

Shrek: o capítulo final?

Mais uma saga de animação chega ao fim, ou não, pois ao final da sessão de Shrek Para Sempre, o quarto filme da série do ogro verde percebemos que os produtores são capazes de qualquer coisa para embolsar uma grana a mais. Após um início surpreendente em 2001, ao bater a Disney/Pixar no primeiro Oscar de animação e a maior bilheteria de uma animação na história com quase 920 milhões de dólares arrecadados ao redor do mundo com Shrek 2, a franquia caiu de qualidade apesar de manter um alto desempenho financeiro no terceiro, essa quarta parte vem rendendo bem nos EUA mesmo sendo sem graça demais para quem fez sucesso com um humor ácido e inteligente.

Após enfrentar dragões, aldeões, sogros e filhos, Shrek agora enfrenta a consciência: com família, deixou de ser o ogro que fazia todos tremerem, agora não passa de um ponto turístico em seu pântano. Não é visto como um ogro de verdade, começa a se sentir deprimido, essa angústia explode no aniversário de 1 ano dos filhos trigêmeos e pronto! Temos o fio condutor da narração ao ele deparar com um duende Rumpelstiltskin e assina um contrato mágico para ter por um dia sua vida de ogro de volta. Em troca, ele dá um dia de sua infância. Mas, o traiçoeiro duende pega para si o dia do nascimento de Shrek. Quando isso ocorre, o seu dia de ogro se torna um inferno. Ninguém o conhece, o Rumpelstiltskin é o novo rei de Tão Tão Distante, Fiona é a líder de uma tropa de ogros revolucionários, Gato de Botas é um bichano balofo e o Burro é um capacho ambulante - e muito falante, como sempre.

Com essa tentativa de reescrever a história e dar um novo fôlego para o final da série, Shrek Para Sempre escorrega, deixando o sabor de boas intenções, mas nenhuma consegue atingir seu objetivo. As piadas parecem velhas, repetitivas e sem criatividade. Os olhos fofos do Gato de Botas não exercem o mesmo fascínio, a burrice do Burro incomoda e o Shrek não é nem assustador nem cômico. E Rumpelstiltskin é uma versão miniatura, chata e sem o humor ácido da Rainha de Copas (de Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton). Enfim, uma despedida sem graça, que poderia ter sido melhor e à altura dos contos que fizeram de Shrek um ícone da animação no início dos anos 2000. Mas, será que realmente foi o fim? Afinal, os produtores adoram reinventar seus personagens em busca de uma grana. O filme-solo de Gato de Botas pode chegar às telas em breve e levar novamente o público até Tão Tão Distante.



2 comentários:

  1. husaashuashusahusahu!

    Eu achei a historinha interessante! Depois que eu assistir esse file eu debato com você sobre ele, não posso falar dele agora por motivos obvios!

    Muito legal sei texto, cada vez melhor!

    parabens!

    uhul bangu!

    uhsasuahsahu

    abraços!

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  2. As sagas chegam ao fim e o que se vê da crônica é uma análise excelente acerca deste filme.
    O que se percebe, em muitas dessas sequências é que os últimos filmes acabam por se tornarem chatos e numa tentativa de fazer graça, com piadas forçadas.

    Parabéns ao Grande Fernando por mais este brilhante e coerente texto. Excelente trabalho.

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